Enquanto a TV e as forças políticas nos distraem com o debate impeachment versus golpe, a situação da Educação em todo o país se encontra precarizada. As Universidades sofrem com a redução de bolsas de graduação e pós-graduação, além de infraestrutura que não atende as necessidades e nem o número de estudantes; estudantes sofrem com assistência estudantil limitada e burocratizada; trabalhadores sofrem com assédio e condições de trabalho cada vez piores. Nas escolas públicas é semelhante: infraestrutura lastimável, fechamento de escolas, superlotação de salas, docentes com remuneração baixa e carga horária excessiva, e ainda toda a desorganização institucional, não abertura de edital para contratação de docentes, implementação da terceirização da gestão de escolas pelas Organizações Sociais (OS), etc. Em meio a isso, diversas lutas têm surgido no país, o que demonstra a precariedade generalizada da educação pública. São exemplos; as ocupações de escolas em São Paulo, a luta contra as OS’s em Goiás, e recentemente, as ocupações de escolas estaduais no Rio de Janeiro que vêm crescendo a cada dia em conjunto com a greve dos docentes que está em curso. Além disso, as políticas de precarização destroem a carreira dos profissionais da educação, como no caso do magistério catarinense. Quando existe resistência à esta política, o Estado e as instituições utilizam-se da brutal repressão policial, como ocorreu há quase um ano contra os professores do Paraná, contra secundaristas, ou quando a reitoria, em uma reintegração de posse, enviou dezenas de policiais para expulsarem estudantes da moradia estudantil na UFSC.
Enfim… Não há luta a se criar, ela já esta aí!! Temos de construir alternativa pela base. E enquanto muitos se empenham na defesa de princípios abstratos ou métodos ineficazes numa estrutura viciada, a realidade se mostra clara: corte de mais de 10 bilhões e privatizações na Educação, ajuste fiscal, lei antiterrorismo, ataque aos direitos trabalhistas, PL5069 sobre a pílula do dia seguinte, PL4330 da terceirização, PEC215 de demarcação das terras indígenas etc, etc. Todos os governantes e burgueses estão unidos para “sambar” em nossas caras e aplicar todas essas medidas que atingem diretamente a vida de tod@s nós explorad@s.
Então, em meio a tanto lixo, em qual urubu devemos confiar? Em um governo que aprova lei antiterrorista, encarcera militantes, favorece a bancada ruralista, fecha os olhos para os assassinatos de camponeses e indígenas, coloca a polícia nas nossas comunidades, investe bilhões na instituição responsável pelo genocídio da juventude negra, precariza as condições de trabalho e estudo do povo através de cortes bilionários na educação e retirada de direitos históricos d@s trabalhador@s? Ou será que devemos confiar em uma ‘oposição’ que apoiou todas essas medidas anti-povo realizada pelo governo e que pretende retornar para “fuder” com a classe trabalhadora muito mais do que fez em governos anteriores?
Para nós, a única opção é confiar em nós mesmos, na força do povo, ou seja, a única saída é se organizar a partir de nossas bases (locais de estudo, trabalho e moradia) e assim construirmos a resistência contra os ataques deste governo, dos próximos governos e também do oportunismo eleitoreiro dos partidos de esquerda e direita.