Como foi a audiência pública sobre a situação dos ACTs na ALESC?

Como foi a audiência pública sobre a situação dos ACTs na ALESC?

Ontem, 30/03, ocorreu na ALESC uma audiência pública dedicada a discutir a situação dos professores temporários da rede estadual. Compareceram e se manifestaram representantes da comissão de educação da ALESC, do MPSC, da SED e do SINTE.

Depois de muuto tempo, foi a primeira iniciativa real dessas entidades em que o tema dos ACTs foi tratado como prioridade, o que não significa avanço real pra nossa categoria.

A comissão de educação foi representada pela deputada Luciane Carminati (PT). Suas falas foram dedicadas a enaltecer o ativismo parlamentar do gabinete da deputada em defesa dos trabalhadores da educação. Como se não fizesse mais do que a obrigação, a deputada petista faz das pautas da educação e dos trabalhadores capital político pra se beneficiar em ano eleitoral.

O MPSC demonstrou em sua fala que, apesar da boa vontade dos procuradores, é um órgão inoperante para a defesa dos trabalhadores. A lentidão da justiça mantém desassistidos os professores lesados pelo atual regime ACT e pelo processo seletivo de 2021 e garante que o Estado continue não sendo responsabilizado e punido por suas imoralidades, irregularidades e ilegalidades.

O posicionamento da coordenação estadual do SINTE demonstrou a postura colaboracionista do sindicato que, apesar do grau de absurdo em que chegou a situação dos temporários, continua atuando somente através de tentativas de diálogo de gabinete com a SED e de base de apoio da atuação da deputada petista.

A postura da SED foi clara sobre a disposição do órgão em relação ao problema. O secretário Vampiro sequer deu o ar da graça (com a agenda ocupada por compromissos marketeiros de entregas de notebooks pra menor parte da categoria e inauguração de novas escolas precárias) e mandou um subordinado em seu lugar. O burocrata Gabriel Damasceno fez uma fala protocolar minimizando e justificando os absurdos do processo seletivo e do sistema de escolha de vagas, mentindo descaradamente e ofendendo os trabalhadores que vivem a realidade que ele distorce. Depois de sua fala, o servidor manteve sua câmera e microfone desligados, demonstrando total indiferença com as falas dos trabalhadores que se manifestaram.

Em seguida, os representantes das regionais do SINTE fizeram ótimas falas de denúncia e cobrança de providências, sustentando politicamente a audiência.

Os professores da base da categoria praticamente não tiveram espaço para se manifestar ou mesmo questionar as autoridades presentes. Os encaminhamentos dados foram mais do mesmo: recorrer à justiça e pedir para os trabalhadores que se mantenham como estão, apenas acompanhando e aguardando as migalhas conseguidas por seus supostos defensores, cujas ações beneficiam mais a eles próprios do que a nós mesmos.

Nossa categoria não precisa de mais espaços para ouvir, precisamos de espaços para debater e nos expressar!

Por esse motivo, na última assembleia estadual da categoria (xx/03), nós do SIGA-SC propusemos a retomada da organização de encontros regionais de ACTs, proposta que foi aprovada. Então, é necessário exigir que as direções cumpra com a deliberação da categoria e construa espaços democráticos protagonizados pelos trabalhadores e não apenas vitrines para autoridades políticas, judiciárias e sindicais.

Pra nós, a luta por mudança deve começar de baixo pra cima, iniciando com o debate entre os trabalhadores da base e só depois levando o acúmulo dessas discussões para que as autoridades nos escutem e não o contrário. Ninguém além dos ACTs pode falar por nós!

SOU ACT, NÃO SOU OTÁRIO! MESMO TRABALHO, MESMOS DIREITOS, MESMO SALÁRIO!

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