Não somos todas irmãs

Nos últimos tempos muito se tem discutido sobre feminismo, porém, este feminismo muito pouco reflete sobre os verdadeiros anseios das mulheres trabalhadoras O feminismo que vemos aos montes em sites, revistas, programas de televisão e afins, reflete somente a apropriação feita pelo capital sobre a luta das mulheres. Este feminismo burguês coloca que a libertação das mulheres virá da ocupação de cargos políticos e empresarias, da representatividade dentro de espaços tidos como masculinos, dos escrachos públicos a homens que tem atitudes machistas, além de colocar todas as mulheres em pé de igualdade ignorando totalmente as diferenças de classe.

Ou seja, a discussão nunca chega à raiz do problema, não se discute como estruturalmente o patriarcado e o capitalismo oprime as mulheres, apenas se ataca no individual e local, nunca batemos de frente contra as estruturas que realmente nos oprimem, não questionamos a comercialização de nossas pautas, apenas aplaudimos o pequeno espaço que ganhamos nos meios de comunicação, como se isso fosse à derrubada deste sistema machista.

Quando colocamos que se deve chegar à raiz do problema, não falamos no sentido do Radfeminismo, um movimento transfóbico e que vê a diferença entre mulheres e homens por um viés estritamente biológico. Além disso, o feminismo burguês reproduz a fragilização das mulheres, colocando-as nas discussões politicas como frágeis, que não tem “capacidade” de bater de frente e de disputar politicamente com homens, muitas vezes silenciando as próprias mulheres. É preciso que o movimento feminista fortifique as mulheres através do incentivo a autodefesa, colocando-as no fronte para bater de frente e disputar politicamente todos os espaços.

É importante termos o entendimento de onde queremos chegar com a nossa luta. O feminismo burguês que ignora as questões de classe e ignora a luta das mulheres pobres, negras, indígenas e transexuais não pode ser considerado o real movimento das mulheres trabalhadoras. A falsa “sororidade” ignora o papel das mulheres burguesas na exploração das mulheres trabalhadoras. Sinhás e escravas não estão do mesmo lado da trincheira!

POR UM FEMINISMO CLASSISTA!

PELA AUTODEFESA DAS MULHERES!

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